Nascido no dia 09 de setembro de 1909, Oswaldo Azarini Rolla ou Foguinho, como era mais conhecido foi um jogador que atuou no Grêmio entre a década de 20 até o inicio da década de 40 e depois ainda voltou a tricolor como treinador entre os anos 50 e 60.
Foguinho ganhou esse apelido por causa de seus cabelos ruivos e por seu temperamento explosivo também. Em um tempo em que o futebol era marcado pelo cavalheirismo entre os atletas, Foguinho quebrava esse protocólo sendo um jogador típico do bom e velho estilo gremista de ser: Raça e mais raça.
Oswaldo Rolla chegou ao Grêmio e 1928 e jogou ao lado de grandes lendas do tricolor e lá criou raízes fortíssimas e uma grande identificação com o azul, preto e branco.
Foguinho nunca rebeceu dinheiro por jogar no Grêmio, para ele o maior pagamento era vestir o manto gremista e defender as cores de nosso time. Sua profissão era a de alfaiate, jogar no Grêmio era apenas a maneira de expressar o amor que sentia pela instituição.
Jogador raça, essa foi a principal característica que Foguinho dava ao time do Grêmio. Foguinho era o exemplo do que viria a ser a marca gremista: entrega total durante uma partida de futebol. Com seus 1.80 de altura e uma força física notável, Foguinho era um tanque no ataque gremista.
Foguinho foi um dos jogadores do Grêmio que venceu o campeonato farroupilha em 1935, contra o Internacional. Apesar do poderio de ataque, o inter era melhor, e com o empate seria o campeão Farroupilha. Faltando cinco minutos para o fim do jogo, falta perto da área colorada para o Grêmio. Foguinho avisa Artigas: "Levanta na área que o Risada (zagueiro colorado) vai afastar e eu vou pegar o rebote." Dito e feito. em um sem-pulo espetacular, Foguinho marcou o gol que daria a vitória aos gremistas. Na saída de jogo, o time colorado, ainda atordoado pelo gol perde a bola para o mesmo Foguinho, que sai correndo derrubando adversários com seu vigor físico. Foguinho nota a saída do arqueiro rival e apenas dá um toque para o lado, onde chega Lacy para completar para o gol e decretar o título gremista. 2 a 0.
Foi por 14 anos o capitão da Seleção Gaúcha de futebol, uma lenda viva que era admirada por todo ou qualquer amante do futebol.
Foguinho tem participação direta pelo que os gremistas hoje em dia entendem como sendo o estilo perfeito do Grêmio jogar. Foi como técnico que o agora Sr. Oswaldo Rolla, chegou ao Grêmio em 1955, convidado por Luis Carvalho. Com Oswaldo Rolla, o Grêmio iniciou o lema máximo de seu estilo: Futebol força, habilidade e velocidade.
A maneira de Foguinho pensar o futebol foi totalmente aceita pelos jogadores gremistas, um futebol de força física, de imposição e de jogadores que coloquem o coração no bico da chuteira. Com os métodos científicos da época, aprimorava preparo físico do time de Airton, Gessy, Ortunho, Juarez, Milton, etc. Com produtivas sessões de sobe-desce os degraus da arquibancada do Olímpico, com um colega na garupa. Era mole? Mas deu certo. Os adversários tocavam a bola, o Grêmio voava com ela. Os adversários queriam entrar pelo meio, o Gremião? Dava no meio deles. Os adversários queriam ganhar jogos e ser campeões. O Grêmio? Ganhava os jogos sempre e era campeão sempre. Penta-campeão, entre 1956 e 1960. Com Osvaldo Rolla, legando pra sempre o estilo Grêmio de jogar. O inconformismo com a derrota. A atitude do dono da casa. A velocidade e ousadia de ataque.
Foguinho faleceu no dia 27 de outubro de 1996, mas se hoje você vê um Grêmio lutador, com um estilo raçudo e com característica de força física e de futebol de imposição, pode ter certeza que foi o grande Foguinho quem deu ao Grêmio essa característica marcante lá nos anos 50.
Títulos pelo Grêmio
- Como jogador
Campeonato Gaúcho (1931 e 1932)
Campeonato de Porto Alegre (1930, 1931, 1932, 1933, 1935, 1937, 1938 e 1939)
- Como técnico
Campeonato Gaúcho (1956, 1957, 1958 e 1959)
Campeonato de Porto Alegre (1956, 1957, 1958, 1959 e 1960).