Airton Ferreida da Silva nasceu em Porto Alegre, no dia 31 de outubro de 1934.
Começou a jogar futebol com 13 anos no Força e Luz, um clube já extinto da capital gaúcha. Desde sempre, Airton chamava a atenção pela alta qualidade técnica que possuia e não demorou muito para chegar aos profissionais do Força e Luz sempre com atuações destacadas.
Segundo nos conta a história, Airton estava com 20 anos, quando resolveu levar a namorada ao cinema, por um motivo ou outro, ficou um tempo a mais na fila e foi abordado por dirigentes gremistas. A proposta feita para Airton era irrecusável: Além de um bom salário, um automóvel também lhe foi oferecido. Nenhum jogador de futebol possuia automóveis naquela época.
Aírton ganhou o apelido de Airton "Pavilhão", no inicio dos anos 50, quando o Grêmio inaugurava o Estádio Olimpico. Com o novo estádio, a Baixada que já havia sido desmanchada ainda contava com o pavilhão social feito de madeira. O Grêmio na negociação ofereceu para o Força e Luz, além de uma boa quantia em dinheiro, o tal Pavilhão social. Por isso o apelido de Airton Pavilhão.
Chegou no Grêmio em 1954 e o técnico Oswaldo Rolla começou a escalar Airton como zagueiro central. Ao lado de Ênio Rodrigues, Airton marcou época vestindo a camisa tricolor. Airton era um marcador implacável, com uma grande impulsão e um cabeceio preciso. No entando, não foi isso que marcou a carreira desse grande zagueiro, o que mais chamava a atenção era a técnica refinadissima com a qual dava acabamento a suas jogadas. Sua marca registrada era o "passe de letra", quando carregava a bola até quase a linha lateral e quando menos se esperava, de letra recuava a bola para os braços do arqueiro gremista.
Airton foi convocado para a seleção brasileira nos anos 60, onde atuou ao lado de Pelé. Ficou conhecido por ter sido o único jogador na história do futebol a ter aplicado um "chapéu" em Pelé. Conta a história que essa técnica de Airton teria lhe custado a convocação para a Copa do Mundo de 1962, já que o técnico brasileiro não gostava da maneira com que Airton jogava em frente a área.
Em 1960, transferiu-se para aquele grande time do Santos, mas sem muitas oportunidades e com a concorrência de zagueiros tão bons quanto ele mesmo, resolveu retornar ao Grêmio.
No Grêmio, foi o destaque do grande esquadrão tricolor dos anos 60. Airton Pavilhão particiou da equipe gremista que venceu nada menos que 12 campeonatos gaúchos em 13 anos, feito esse que nunca foi igualado por nenhum outro clube gaúcho.
Em 1967, já com 33 anos e com uma distensão na virilha que limitava seus movimentos, Airton foi para o Cruzeiro de Porto Alegre e depois ainda foi ser técnico e zagueiro do Cruz Alta.
Encerrou sua brilhante carreira em 1971. Em 2007, foi homenageado pelo Grêmio com a inauguração no CT de Treinamentos do clube do pavilhão "Airton Ferreira da Silva".
Airton Pavilhão foi sem sombra de dúvidas um dos maiores zagueiros que já atuaram no futebol do Rio Grande do Sul, um zagueiro completo que ao longo de sua carreira fez mais de 100 gols.
Titulos pelo Grêmio
Campeonato Gaúcho (1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1962, 1963, 1964, 1965, 1966 e 1967)
Campeonato Sul-Brasileiro (1962)
Campeonato de Porto Alegre (1964 e 1965)